E cada vez mais eu me pergunto
"será isso o que eu quero pra mim?"
não pensem que estou falando sobre a minha faculdade,
vai além disso,
um dia, alguém me disse que muitas pessoas não estão prontas para dar carinho ao mesmo tempo em que recebem...
é como se a pessoa recebesse tudo mas não pode retribuir ao mesmo passo, sempre tão fria, tão calada, tão complicada, eu queria que fosse diferente, que as coisas fossem um pouco mais do geito que gostaria, claro que eu tenho consciencia que nem tudo pode ser do jeito que a gente espera, mas não custaria nada tentar mudar, acredito na reciprocidade do dever de fazer o outro feliz,
todo esse tempo sózinho aqui tem me causado grandes momentos de reflexão,
passo 80% do dia sózinho, 10% em sala de sala de aula e outros 10% com o pessoal da casa,
é complicado,
todas essas mudanças fazem a gente pensar em como está a nossa vida,
o que queremos,
o que esperamos,
o que está bom,
o que está ruim,
o que pode melhorar,
o que dá pra mudar,
o que é certo,
o que é errado,
eu cheguei em um momento da minha vida que eu precisava mudar, que a minha vida estava tão tediosa, tudo sem sentido, sem eloquência, sem ressonância, eu não estava feliz com a minha situação,
- meu emprego era bosta (claro que eu aprendi muito, mas era tão mecânico que depois de 2,5 anos, eu já não aguentava mais, ainda mais depois da saída do jct, minhas expectativas de update caíram drasticamente)
- a simone longe (num preciso falar nada, tudo perdeu a graça, os dias, as noites, as risadas, todos os meus sorrisos possuiam um pouco de fingimento, um ano é muito tempo, todas as incertezas, todas as dúvidas, foram acumulando e sendo reprimidas dentro de mim mesmo, e o que eu ganhei com isso além de dores de cabeças e noites em claro? - nada, apesar de ainda amá-la, não tenho certezas das coisas, dos eventos, do futuro)
- questões familiares (esse já é um tópico mais complicado de se discutir, afinal de contas, envolve variáveis mais do que supra-pessoais, portanto, não é um problema de vocês)
- minha vida acadêmica na corda-bamba (claro, cursinho e nada é a mesma coisa, just another waste of time)
eu perdi muito tempo,
a vida passou e o que eu posso falar desses últimos 2 anos?
falo que vou apagá-los da minha memória, como se houvesse um pulo
Reveilon 2002 - 2005
tira 2003 e 2004
não posso negar os pontos positivos, estes, eu diria, ficarão numa espécie de anomalia da teoria do espaço-tempo, o crescimento da minha maturidade pessoal em 2003, sózinho, sempre triste, mas, foi bom, depois, no começo de 2004, a Simone, nem tem o que comentar, ela mecheu demais na minha vida, me ajudou, de certa forma, a superar uma derrota, uma queda, uma falha
quem me conhece bem, acredito que uma meia duzia apenas, ou até menos, sabe o quanto eu abomino falhas, e não ter passado no vestibular depois de um ano de cursinho me fez muito mal, mas depois, eu encarei como algo positivo, e foi até bom, já imaginaram se eu tivesse entrado ano passado em Economia na USP?... eu estaria perdido!!!
mas agora, 2005, o ano das mudanças,
o ano da chaqualhada vital,
das incertezas, da loucura
é como se eu pegasse e jogasse as rédeas da minha vida pro alto e foda-se!
como pular de uma janela sem olhar pra baixo
entrar num avião sem saber o destino
eu precisava disso,
precisava encontrar a mim mesmo,
eu me sentia perdido
toda noite eu me perguntava "caralho, o que eu to fazendo aqui?"
mas agora não, eu penso antes de dormir "hoje foi um bom dia, amanhã vai ser melhor"
estou feliz
apesar dos contratempos,
me sinto bem,
foi exatamente o que eu disse pro Dre no fds "eu me sinto bem, eu to feliz"
e ele respondeu "é o que parece mesmo"
ninguém me disse que seria fácil
todos me disseram que eu iria mudar
que só de estar numa faculdade as coisas mudam,
a minha cabeça ia mudar,
as pessoas iam mudar comigo,
as coisas ficariam diferentes,
que existiria um divisor de águas entre o antes e o depois
aquele Less morreu
a Ligia mesmo, no dia da minha despedida, mal me reconheceu, o Carlos também, o Rafael, pessoas com as quais eu convivi por muito tempo, apesar disso assustar, não tenho medo, porque tenho consciência de que as pessoas vão entrar a sair da minha vida com uma certa frequência, isso é algo inevitável, faz parte da nossa vida, ainda mais de uma pessoa como eu, que não procura limites, que procura fronteiras pra poder ultrapassá-las...
os amigos da infancia - todos já se foram, mantenho contato com muito poucos...
os amigos da etesp - pouquíssimos continuam...
os amigos da pump - raramente falo com algum deles pela internet...
os amigos do banco - esses também, quem sabe eu os encontro em algum lugar no meu futuro profissional?!
e agora, os amigos da unicamp, vão durar até o dia que eles devem durar, vão permanecer até uma oportunidade chegar, e quando ela chegar, não pensarei duas vezes...
"o medo é o assassino da mente, depois que ele passa só restará nós"
esse ditado é bom, adequado, vejo ele como "não hesite"
hesitar é coisa de fraco, e eu não quero ser o elo fraco da corrente, EU NÂO VOU SER


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